quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Enfim, nós (RJ)


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Foto: divulgação

Fernanda Vasconcellos e Cássio Reis


Boa comédia romântica em cartaz no Rio

“Enfim, nós”, dirigido por Cláudio Torres Gonzaga, volta ao Rio com Cássio Reis e com Fernanda Vasconcellos no elenco. Escrito pelo diretor e por Bruno Mazzeo, o espetáculo tem cumprido diversas temporadas no país há quase dez anos. É uma divertida comédia romântica que está em cartaz no Teatro Clara Nunes até 20 de dezembro.

Com habilidade, o texto apresenta boas reviravoltas
Na história, Zeca (Cássio Reis) e Fernanda (Fernanda Vasconcellos) são recém casados e vão comemorar juntos o primeiro dia dos namorados como marido e mulher. Quando a peça começa, ele toma banho e ela se veste dentro do banheiro do apartamento onde os dois moram. Lá pelas tantas, a maçaneta da porta se solta nas mãos de Zeca e eles ficam presos. A partir de então, talvez pela primeira vez, ambos têm a oportunidade de se conhecer mais a fundo. Enquanto uma solução não é encontrada, eles transam, brigam, sua casa é assaltada e o casal se (re)descobre. No texto escrito por Cláudio Torres Gonzaga e por Bruno Mazzeo, o maior mérito são os pontos de virada dos diálogos, sempre hábeis em dar novo contorno à narrativa.

Trata-se de uma comédia romântica e nela todos os clichês do gênero estão preservados. A diferença entre homens e mulheres, os estereótipos do jovem casal contemporâneo, as boas e velhas piadas de sempre. A plateia se diverte, os objetivos são alcançados: “Enfim, nós” não surpreende, nem tampouco desagrada, cumprindo seu objetivo com relativos méritos.

Fernanda Vasconcellos e Cássio Reis em bons trabalhos de interpretação
Cássio Reis (Zeca) e Fernanda Vasconcellos (Fernanda) apresentam bons trabalhos de interpretação dentro da proposta. Eles são carismáticos, apresentam ótima movimentação e alternam bem todas as intenções do texto em cada fala. Há, no entanto, uma questão que vale destaque na análise. Reis apresenta uma construção bastante efeminada do marido que, de início, não colabora com o personagem e com a situação dramática proposta. Porém, da metade para o fim, a força no humor vence a desconfiança primeira e passa a ser divertido acompanhar a história dos dois personagens.

O cenário de Edward Monteiro preenche o palco, sugerindo com galhardia o banheiro onde se dá toda a narrativa. O realismo, dentro do mínimo necessário, está posto com méritos. O figurino usa a paleta de cores da bandeira nacional (verde, amarelo e azul) de um modo estranho. A iluminação de Luiz Paulo Nenén faz ótimas participações: a luz branca do banheiro dá lugar para focos mais íntimos de acordo com a apresentação da história. A trilha sonora de Mú Carvalho é pontual.

As comédias românticas, em que se discutem os problemas de relacionamento de casal, haviam dado lugar para os musicais biográficos na programação teatral do Rio de Janeiro. Com sucesso desde que sejam bem feitas, como aqui é o caso, elas também merecem ser aplaudidas quando atendem a sua proposta.


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Ficha técnica:
Texto: Bruno Mazzeo e Cláudio Torres Gonzaga
Direção: Cláudio Torres Gonzaga
Elenco: Cássio Reis e Fernanda Vasconcellos
Cenário: Edward Monteiro
Iluminação: Luiz Paulo Nenén
Trilha sonora: Mu Carvalho
Direção de Produção: Lucia Regina de Souza
Produção: Caravana Produções
Vozes em Off: Luciano Huck, Heloísa Perissé e Leandro Hassun
Assessoria de Imprensa: Duetto Comunicação